Conforme o novo coronavírus têm se espalhado pelo mundo, vivenciamos um contexto de incertezas e grandes desafios. Nesse sentido, conforme o vírus acomete cada vez mais pessoas, estamos sob ameaça de uma recessão social e econômica, impactando vidas e diversos setores.
Na educação não tem sido diferente. A princípio, segundo dados da Unesco, mundialmente 91% dos alunos estão distantes das instituições escolares em decorrência da pandemia. O que representa 53 milhões de estudantes brasileiros.
Por este motivo, e sob essas perspectivas que os gestores escolares e professores estão se dedicando cada vez mais ao ERE – Ensino Remoto Emergencial, ou seja, adaptando e reformulando seus currículos que foram planejados para aulas presenciais, para transformá-los nesta modalidade experimental.
Texto de minha autoria originalmente publicado pela Idapt Educação – Clique aqui.
Pela primeira vez na história da educação brasileira, nos deparamos com o ensino remoto na educação básica: o que antes nunca fora imaginado. Definitivamente, ele se torna a opção mais eficaz e viável de disseminar o conhecimento em tempos tão difíceis, principalmente nas instituições particulares.
A transformação da educação durante a pandemia
Pela primeira vez na história da educação brasileira, nos deparamos com o ensino remoto na educação básica: o que antes nunca fora imaginado. Definitivamente, ele se torna a opção mais eficaz e viável de disseminar o conhecimento em tempos tão difíceis, principalmente nas instituições particulares.
Contudo, a situação imprevisível gerada pelo covid-19, e a orientação da OMS sobre medidas de distanciamento social para reduzir a contaminação, levaram à necessária e brusca interrupção das aulas, juntamente com a agilidade por meio dos gestores escolares para a tomada de decisões. Veja mais aqui.
Em recente publicação, cinco pesquisadores descrevem no artigo: The Difference Between Emergency Remote Teaching and Online Learning que “a aprendizagem online já carrega o descrédito de que sua qualidade é inferior comparada à aprendizagem presencial, apesar de inúmeras pesquisas científicas mostrarem o contrário. Esses movimentos repentinos de tantas instituições rumo à educação remota podem trazer essa percepção equivocada, e, na verdade, poucos estão realmente tirando o máximo proveito dos recursos e possibilidades do formato online”.
Otimizando desafios em oportunidades em meio à crise
O atual cenário mundial nos faz repensar como a educação tem sido ofertada, assim como refletir a importância entre a relação da educação e tecnologia. Desta maneira, precisamos trabalhar a resolução de problemas e transformar os desafios em oportunidades.
Para a gestão escolar, os maiores desafios e oportunidades são:
- Promover práticas educativas entre docentes e discentes, mantendo as relações interpessoais, assim como seu cuidado nos aspectos físicos e emocionais;
- Proporcionar a comunicação e interação eficaz com os pais, abrindo espaço para o diálogo sobre as necessidades enfrentadas pela família;
- Minimizar o impacto financeiro das famílias e da escola ao ter sensibilidade para traçar estratégias e facilidades nas formas de pagamento das mensalidades, bem como oferecer descontos ou vantagens para a quitação antecipada das parcelas.
A mudança da sala de aula, que antes envolvia o contato físico do educador com seus alunos, para a aula ministrada à frente de um dispositivo eletrônico, exige que o professor desenvolva competências até então adormecidas, como o domínio da tecnologia e seus recursos, a busca pela entrega de uma comunicação eficaz aos seus alunos, a agilidade e adaptabilidade de suas aulas em meio à crise, e a solução de problemas encontrados em algo tão novo para todos.
Sob este mesmo ponto de vista, nós educadores temos a oportunidade de conhecer e desenvolver novas linguagens educativas, como, por exemplo, ensino híbrido, gamificação na educação, aprendizagem baseada em projetos e design thinking.
O que podemos aprender?
O mundo pós-coronavírus irá mudar nossa percepção sobre a importância de nossos vínculos e relacionamentos, bem como poderá fortalecer a relação entre a escola e a família, através da proximidade gerada pelo meio digital. Enfim, teremos a oportunidade de enxergar com outros olhos a relevância da educação e seu amadurecimento pós-crise.
Conheça a autora
Mariana Tombolato é Pedagoga pela UNESP/FCLAr e especialista em Gestão Organizacional e de Pessoas pela UFSCar. Já atuou como professora, coordenadora e diretora pedagógica em instituições públicas e particulares do interior de São Paulo. Encontre Mariana no Instagram.
Referências:
UNESCO. Global Monitoring of school closures caused by COVID-19. Disponível aqui. Acesso em 08/05/2020.
OPAS BRASIL. COVID-19: Diretora da OPAS pede ‘extrema cautela’ na transição para medidas de distanciamento social mais flexíveis. Disponível aqui. Acesso em 09/05/2020.
HODGES, MOORE, et al. The Difference Between Emergency Remote Teaching and Online Learning. Disponível aqui. Acesso em 08/05/2020.
Muitas mudanças e incertezas no mundo inteiro com e pós coronavírus. Leitura bastante interessante que nos ajudar a mudarmos o olhar para as relações entre escola e família através de uma realidade completamente virtual.
Obrigada pela contribuição, Geíza.
[…] adaptação do currículo pela equipe gestora e o trabalho docente sendo realizado através do ensino remoto emergencial, temos ainda mais clareza da importância do papel do professor e sua influência nas experiências […]